quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Poluição Ambiental

A POLUIÇÃO E A VIDA NA ÁGUA


Pesquisadora Cacilda Thais Janson Mercante, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento

de Recursos Hídricos, Instituto de Pesca

Disponível em: www.pesca.sp.gov.br/textos.php, outubro 2005

Os elevados níveis de poluição do ar, da água e dos solos tornaram-se

ultimamente muito preocupantes. Diariamente, a mídia noticia ações

graves de degradação ambiental e seus efeitos sobre a vida no Planeta.

Não há necessidade de se buscarem mais provas e demonstrações dos

efeitos negativos que o descuido com o meio ambiente causa em todos

os níveis da biosfera. As mudanças de temperatura na Terra já vêm

trazendo conseqüências devastadoras, como descongelamento de

geleiras, tempestades e vendavais. No Brasil, os efeitos da poluição

ainda estão um pouco mascarados, em razão da enorme área do país e

da abundância de água: rios de grande extensão e uma enorme costa,

com incontáveis km2 de oceano.

Em vista disso, ainda não existe uma consciência plena dos efeitos do

descuido com a Natureza, apesar de os programas de Educação

Ambiental desenvolvidos nas escolas serem importantes, embora ainda

tímidos, instrumentos para prevenir desastres maiores no futuro. Hoje,

a crescente industrialização do país, a expansão das fronteiras agrícolas

e a explosão urbana vêm acarretando sérios problemas, como

enchentes, mudanças do clima (quem imaginaria seca na Amazônia?),

erosões do solo e poluição do ar e da água.

Dentre os prejuízos que a poluição traz aos seres vivos, destacam-se os

seus efeitos negativos sobre a comunidade de peixes. No Brasil, os

corpos aquáticos têm sofrido com a perda de sua diversidade

ictiofaunística devido a mudanças de suas características naturais,

principalmente em decorrência do represamento de rios, do

desmatamento ciliar e da crescente contaminação das águas.

A poluição provoca a morte de toneladas de peixes, devido,

principalmente, à redução do oxigênio dissolvido na água. Essa perda de

oxigênio ocorre pela entrada de poluentes procedentes, sobretudo, de

esgotos domésticos e industriais, que trazem grande quantidade de

matéria orgânica para os sistemas aquáticos, sendo que no processo de

decomposição dessa matéria orgânica as bactérias utilizam oxigênio

disponível na água. Infelizmente, o alerta para a população e para

órgãos públicos de que os níveis de poluição estão críticos é feito, de

modo geral, somente quando se visualizam peixes mortos na superfície

da água. Porém, é importante saber que tais situações são evitáveis.


Para isso torna-se necessário considerar os corpos d’água como locais

onde existe Vida manifestada das mais variadas formas, que nem

sempre são observáveis a olho nu.

Os peixes são fáceis de se ver, entretanto há também diferentes

microrganismos que podem ser observados somente ao microscópio,

como algas unicelulares, organismos zooplanctônicos, bactérias e

fungos. Além disso, diversos nutrientes (elementos químicos absorvidos

como alimento por organismos aquáticos) propiciam uma dinâmica

importante para a manutenção da vida dos peixes. Pode-se comparar a

dinâmica, o encadeamento, que ocorre no meio aquático ao efeito

dominó, aquela brincadeira com as peças do jogo de dominó, em que se

colocam uma próximo à outra, e quando a primeira cai, as demais caem

seqüencialmente. Assim, quando qualquer substância que não faz parte

de um determinado sistema aquático é inserida no ambiente pode

ocorrer um efeito “dominó” negativo, ou seja, uma reação em cadeia

que provoca desequilíbrio nas interações entre o meio vivo e o não vivo,

ocasionando, ao final, a morte de peixes. Portanto, o conhecimento das

relações entre causa e efeito é fundamental para uma “administração

ecológica” do meio ambiente sob impacto das atividades humanas,

visando à manutenção da vida não só no meio aquático, como em

qualquer outro espaço da Natureza.

Aquela frase muito conhecida: “Prevenir é o melhor remédio” pode ser

bem usada nas questões do ambiente, ou seja, um conhecimento

adequado dos ciclos naturais e uma boa relação entre homem e

Natureza ainda é a melhor vacina contra os males ambientais.
 
ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/poluicao_agua.pdf

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